Uma presa de 38 anos morreu na penitenciária feminina de Tremembé, no interior de São Paulo, na tarde da última sexta-feira (10). O caso só veio à tona neste sábado (11) após a família, que acusa o estado de negligência, chegar de São Paulo para dar início ao processo do enterro. O Estado informou que irá investigar o ocorrido.
Kelli Cristina da Silva, que estava presa na unidade há 1 ano e 3 meses por tráfico de drogas, sofria de problemas cardíacos, mas morreu por hemorragia digestiva, de acordo com o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML). A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que ela foi encontrada desmaiada pela enfermeira do presídio.
A família da detenta reclama da demora no socorro médico e busca explicações do que ocorreu no interior da cela. Segundo eles, inicialmente, foi informado que ela havia morrido em decorrência de uma parada cardíaca, mas o laudo do IML identificou outro motivo.
“Fui na penitenciária buscar os documentos dela e me contaram que ela estava pedindo socorro desde cedo, mas só foi socorrida depois das 14h”, disse o cunhado da presa. Dados da SAP mostram que em todo o ano de 2013 foram registrados 22 homicídios nas 158 unidades prisionais paulistas. A P2 Feminina de Tremembé tem capacidade para 664 detentas, mas abriga 894.
A morte de Kelli ocorre na semana que a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o Brasil apure as recentes violações de direitos humanos e os atos de violência que ocorreram nos presídios do Maranhão, em especial no Complexo de Pedrinhas, onde presos foram decapitados dentro da penitenciária.
No início dessa semana, a Defensoria Pública ingressou com uma ação civil na Justiça contra o Estado e a Prefeitura de Tremembé por falta de ginecologistas e pediatras para atender as detentas da P2. O pedido foi baseado em denúncia de parentes, visitas na unidade e em relatórios apresentados pela própria diretoria do presídio.
FONTE: G1
FONTE: G1
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