quinta-feira, 19 de setembro de 2013

HOMEM ARMADO COM UM MACHADO É BALEADO E MORTO POR AGENTES PENITENCIÁRIOS EM ARAÇUAÍ - MG

    Um homem de 48 anos foi baleado na tarde desta quarta-feira (18) no pátio da Policlínica Municipal de Araçuai (MG) no Vale do Jequitinhonha. Ele faleceu horas depois de dar entrada no hospital São Vicente de Paulo. Segundo a Polícia Militar, o carroceiro Manoelito Pereira dos Santos, 48 anos, residente na rua Dom Serafim, no bairro Santa Teresa, foi baleado no peito e região das virilhas, por dois agentes penitenciários do presídio da cidade. Eles escoltavam quatro presos que realizavam atendimento no local. Familiares do carroceiro informaram que ele fazia tratamento de epilepsia e há dois dias havia sido medicado no hospital São Vicente, após uma crise.

Agentes penitenciários matam carroceiro dentro da policlínica de Araçuai

Funcionários da policlínica contaram que tudo foi muito rápido. Segundo eles, Manoelito Pereira chegou à Policlínica por volta das 13:30hs, armado com um machado . Ele aproveitou que a porta da farmácia estava aberta e ameaçou a farmacêutica e a atendente que faziam distribuição de remédios.

'' Ele começou a gritar: vocês vão me dar ou não, sem explicar o que queria. A farmacêutica Betânia Borges conseguiu escapar para o pátio mas foi seguida pelo carroceiro", contou uma funcionária.

“ Foi um grande tumulto. Muitos pacientes que esperavam na fila de consulta, começaram a passar mal. Houve correria e muita gritaria já que no horário deveria ter pelo menos 150 pessoas aguardando atendimento. Nisso escutamos três ou quatro tiros”, disse a atendente de enfermagem, Mara Santos Neiva, 55 anos.

“ Pensei que era uma rebelião com tentativa de resgate dos presos”, afirmou Felipe Magalhães, de 24 anos que estava no local na hora da confusão.

Após ser baleado, a Polícia Militar foi acionada para dar socorro ao carroceiro que foi levado para o hospital local por volta das 14 horas. Ele faleceu cerca de duas horas depois.

A delegada da Polícia Civil Ana Paula Balbino foi chamada ao hospital. Ela declarou que ainda não tinha detalhes dos fatos e que vai aguardar o Boletim de Ocorrência para decidir que medidas serão tomadas.

O diretor do presídio Edmar Cassemiro não quis dar declarações sobre o fato. Ele acompanhou os dois agentes até o quartel da Polícia Militar, onde foi lavrado Boletim de Ocorrência. Um deles foi identificado apenas como agente Nascimento . O outro não estava com a identificação no uniforme. Eles não quiseram falar com a reportagem.

A irmã do carroceiro, Laurinda Pereira, de 60 anos, contou que seu irmão era solteiro e morava com a mãe que é aposentada. Ela informou que Manoelito saiu de casa após o almoço, para apanhar lenha com sua carroça . Ela disse também que desde segunda-feira ele estava bastante agressivo, andando de um lado para o outro. “ Ele tomava remédios controlados e fazia uso de bebida alcoólica” revelou a mulher.

Ela e a mãe só tomaram conhecimento de que Manoelito havia sido baleado, através da reportagem do jornal Gazeta, na portaria do hospital. “ Foi uma covardia o que fizeram com meu irmão. Queremos que tudo seja apurado e que esses agentes sejam punidos”, disseram

“ Se não fossem estes agentes de segurança poderia ter ocorrido uma tragédia aqui dentro da Policlínica já que aqui não existe nenhuma segurança”, admitiu a auxiliar de enfermagem, Terezinha de Fátima Alves, 58 anos. A atendente da farmácia básica, Jaqueline Moreira Lopes, e a farmacêutica Betânia Borges, que foram ameaçadas pelo carroceiro, estão em estado de choque e não foram localizadas para comentar o assunto.

Funcionários da Políclinica disseram que um paciente fez imagens pelo celular de todo o tumulto.

FONTE: GAZETA DE ARAÇUAÍ

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